Pesquisando sobre a história do rádio brasileiro, descobri uma Associação de Ouvintes de Rádios do Ceará com espaço, inclusive, na programação de uma das emissoras da cidade. No horário destinado a essa organização são debatidos desde a importância dos meios de comunicação, até o conteúdo programático que lhes são apresentados.
Herbert de Souza, o sociólogo Betinho, costumava afirmar que a democracia de uma nação mede-se pelo tamanho da participação que o povo tem na mídia.
O artigo 221 da Constituição Brasileira diz claramente que se dê preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas. Procedimentos que Dom Mota, há cinqüenta anos, já adotara como princípios básicos em nossa querida Rádio Pajeú de Educação Popular.
Bom, mas voltando ao papel do ouvinte de rádio; daqueles que gostam do rádio, que participam de sua programação. Pessoalmente, acredito muito nessa interatividade entre rádio e ouvintes. E, já que existe e nos é concedido esse rico e importante espaço, pelo menos aqui na Rádio Pajeú, torna-se mister, necessário que aproveitemos com muita responsabilidade. Já imaginou se os ouvintes não tivessem acesso para reclamar, opinar, sugerir, enfim dizer bem alto o que muitos têm vergonha ou medo de dizer baixinho? Todas as instâncias da sociedade devem contribuir para que essas ações se desenvolvam dentro de um processo onde o objetivo seja, dentre outras finalidades, a construção de uma sociedade com justiça, liberdade, igualdade e respeito indistintamente.
Quando o Presidente da República sancionou a Lei nr. 11.327 que instituiu o dia 7 de novembro como o dia do Radialista em homenagem a Ary Barroso, uma jovem estudante de jornalismo quis mostrar a necessidade da participação, como também a responsável e excelente relação que existe entre os profissionais de rádio e os ouvintes afirmando: “o ouvinte de rádio não é um mero receptor de informações. Seu papel vai mais além e tem importância vital para o desenvolvimento de uma comunicação que se paute pelo processo de cidadania e que seja democrática em todos os sentidos...”.
Carlos Moura Gomes
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