
Não tenho mais a quem recorrer! - diz a pobre mãe de familia, também diz o filho e o neto: “não temos mais a quem recorrer, a imoralidade constitucionalizou-se”.
Deixou de ser uma farsa, um drama e até mesmo uma novela da vida real, para ser simplesmente o cotidiano de um povo que precisa urgentemente de qualquer coisa que não seja o abandono em que já vive.
Morre Mariazinha e demais vizinhos e outros tantos de fome, gripe e até mesmo de diarreia, ela mesma, dona diarreia ainda mata por aqui. E a mãe grita no terreiro, que não tem mais a quem recorrer... “Não tenho mais a quem recorrer”! Seu joãozinho teve febre ontem a noite, já vinha tendo, hoje tem como conçolo uma vela na mão, pra iluminar sua chegada – onde Deus quiser.
A vida deixou de ser vida! Agora é passa tempo em qualquer esquina dos abandonados. O que poderiamos chamar de gente, hoje se confundi com ratos – gente-rato. Morrer! Tanto faz é apenas mais um. Se nossos governantes são ratos, então que sejamos taxados também como tais, pois hoje tanto faz: falar ou gritar, morrer é moda em nossa cidade – em nosso país.
Então viva, a nós gatos-ratos, pois os ratos sangue azul - estão no poder, onde o povo deveria ficar.
Janailson Nogueira
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