
"Sem fazer alarde, silenciosa e sorrateira, como um bicho que se enfia pelo mato, a fome corrói os lares miseráveis do Sertão nordestino e do brejo dos canaviais. Faz estrago sem pressa. Matando aos poucos, surda e continuadamente, seu exército de famintos. Nas duas regiões, uma árida pela própria natureza e a outra erodida pelo homem, o mal-assombro se espalha, na sua versão mais perigosa. De forma oculta, camuflada num prato de feijão, num cuscuz de milho, que se come dia sim, dia não."
- Caro leito, até quando vamos assistir nas ruas do nosso Pajeú, crianças descalças e idosos, catando lixos pelas esquinas e esmolando de porta em porta por um prato de comida, sob sol forte, ou no frio da noite; - seja com chuva ou não.
Até quando teremos que assistir a este cruel filme da vida real. Sejam essas crianças: negras, brancas – elas sempre estarão vagando de rua em rua, cidade em cidade sem destino.
Caro leitor, - “a fome é má conselheira”, quando não combatida ela gera doenças sem cura para nossa sociedade. Crianças que tem que se prostituir e crianças que roubam para poder sobreviver nesta selva de pedra, onde infelizmente - ser bonzinho não vale a pena, não enche barriga.
Quem são eles, ou elas? De onde vêm e para onde vão todas essas crianças nas ruas do Nosso Pajeú? - onde moram? - com quem moram? se têm cobertores, ou se não tem para passar a noite? Ou quando estão doentes, - com dor de dente, ou dor de barriga, se eles têm algum remédio para curar suas dores na madrugada? Todos deveriam saber como vivem esses menores abandonados, antes de fingirem qualquer sentimento de civilidade e moralismo.
Não somente hoje acontece, mas sempre existiu, o que devemos fazer e de quem cobrar as melhorias necessárias para que esses seres humanos iguais a nós não tenham que sofrer com tantos descasos.
Esse ano, é ano de eleição, faça sua parte deixando de fora os políticos ladrões. Os que vêm só neste período esnobar com seu dinheiro - que compram almas e com conversas distorcidas de que no amanhã será tudo diferente.
- Quem tira dos pobres empresta ao diabo.
Janailson Nogueira
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