Pe. Luizinho
De vez em quando, as coisas que empreendemos não são bem-sucedidas e temos de lidar com o fracasso – esse sentimento que nos empurra para baixo. Também de vez em quando, não nos conformamos e perdemos o rumo. Para achar de novo o caminho certo, temos de ter a cabeça no lugar. Nessas horas, é difícil acreditar que um grande fracasso nos trará um bem, um proveito, ou até mesmo o sucesso.
De vez em quando, as coisas que empreendemos não são bem-sucedidas e temos de lidar com o fracasso – esse sentimento que nos empurra para baixo. Também de vez em quando, não nos conformamos e perdemos o rumo. Para achar de novo o caminho certo, temos de ter a cabeça no lugar. Nessas horas, é difícil acreditar que um grande fracasso nos trará um bem, um proveito, ou até mesmo o sucesso.
Para São Paulo, por exemplo, a experiência de fracasso em Atenas lhe abriu as portas para a maturidade e os novos caminhos em Corinto, onde, com a comunidade, desenvolveu o uso dos dons e carismas do Espírito Santo.
Há algum tempo ouvi alguém dizer que “o fracasso é a antessala do sucesso”. Quando analisamos o que aconteceu com os apóstolos de Jesus em várias passagens bíblicas, vemos que deixaram uma lição de vida para nós, já que o Evangelho é uma escola e Jesus é o Grande Mestre.
Pedro e seus companheiros pescaram a noite toda e nada pegaram. Vale lembrar que aqueles homens viviam da pesca e eram experientes. Jesus chegou e disse: “Lança a rede do lado esquerdo do barco e lá achareis peixes”. Eles lançaram e pegaram muitos peixes. Aliás, como a rede quase se rompeu, foi preciso pedir ajuda a outros companheiros para ajudá-los a puxá-la para a praia.
Primeira lição: para que o fracasso não cegue a nossa visão, precisamos ter os ouvidos atentos à voz dos mais experientes. Pedro, apesar do cansaço e da decepção, obedeceu à voz do Senhor. Outra coisa: todos nós somos um pouco orgulhosos e autossuficientes. O que a pessoa que se deixa dominar pelo orgulho e pela autossuficiência não se permite é a vergonha do erro. O orgulhoso não suporta a vergonha do fracasso, nem o fato de ser corrigido por outro. Por isso, neste caso, o fracasso foi a antessala do sucesso.
Depois disso, Jesus convidou Pedro para comer peixe assado com Ele e trabalhou no coração do apóstolo a questão das três negações: “Pedro, filho de João, tu me amas mais do que esses?”. Não era Jesus quem precisava ouvir a confissão de Pedro, mas o próprio apóstolo, por causa de seu fracasso ao negar o Mestre no momento em que Ele mais precisava. Isso doía no coração de Pedro e o Mestre utiliza aquele momento para retornar ao fracasso e com ele se reconciliar.
Ao se reconciliar com seu fracasso, Pedro recebeu de Jesus o rebanho de volta, a confiança, ou melhor, a autoconfiança, a autoestima que havia perdido por não aceitar seu erro. Pedro precisava se perdoar. Ele disse a Jesus: “Mestre, tu sabes tudo, sabes dos meus erros e fracassos, tu sabes que eu te amo”. Deus não deixa de confiar em nós, muito menos desiste de nós. Ele sempre está nos dando um novo sinal de confiança, de amor e de responsabilidade. Sendo assim, Jesus disse a Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas”. Agora, o coração de Pedro está curado e pronto para assumir, até as últimas consequências, a missão que Jesus lhe deu. O interior de Pedro não está mais cativo numa situação malresolvida.
A segunda lição: não podemos perder as oportunidades que Deus nos dá para revolvermos, corrigirmos ou mesmo admitirmos um erro; principalmente, sabendo que um grande sucesso pode vir depois da correção de um erro.
Há um tempo, estava assistindo a um jogo de futebol quando o narrador se pôs a contar a história do goleiro de um dos times. Tendo o time em que ele jogava sido rebaixado para a segunda divisão, o presidente pôs toda a culpa no goleiro e o expulsou – como se no time inteiro só jogassem goleiros. Naquela ocasião, ele chorou copiosamente diante das câmeras de TV. Hoje, ele é o goleiro de outro time grande de São Paulo e tem proposta para jogar num time maior da primeira divisão do campeonato brasileiro. A humildade são os olhos que nos dão a capacidade de enxergar que o fracasso é a antessala do sucesso.
Crescer é reconhecer que nem sempre tudo dará certo, mas podemos cometer erros com vontade de acertar. Errar é humano, persistir no erro não é inteligente. Portanto, é importante que você também saiba que tudo vai passar e que o mais importante é sair fortalecido dessas aparentes situações de fracasso. Quem experimentou uma derrota e percebeu que chegou muito mais preparado para o dia da grande vitória, com certeza viveu muito melhor e saboreou com muito mais gosto a vitória.
*Pe. Luizinho é sacerdote da comunidade católica carismática Canção Nova, que foi reconhecida pelo papa Bento XVI, em 2008, como Associação Internacional de Fiéis (www.cancaonova.com).
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