Na verdade, não se sabe ao certo se o cidadão Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourdon, ou seja, o tal de D. Pedro I teria afirmado ou indagado aos possíveis inimigos que se encontravam as margens do rio Ypiranga, no estado de São Paulo, quando gritou: “Independência ou morte”.
Reconheço minhas limitações para uma discussão mais aprofundada sobre o assunto, porém, segundo relatos históricos não vejo razões para tantas homenagens a quem nos impôs um governo tirano, cruel e covarde. Dentre as arbitrariedades praticadas contra quem se opunha às suas ordens, caprichos e vontades, lembramos à condenação sumária e o posterior fuzilamento de Frei Caneca, em 13 de janeiro de 1825, pela sua louvável e corajosa participação na Confederação do Equador; e ainda, o misterioso assassinato do médico e jornalista, italiano de nascimento e brasileiro por opção, Líbero Badaró, em 20 de novembro de 1830. Quem acionou o gatilho do potente bacamarte, um alemão desconhecido e de pouca importância, foi preso, mas o autor intelectual, Japiaçu que era ouvidor, teve todo apoio da corte e, através do padre Diogo Antônio Feijó, auxiliar de D. Pedro I, terminou sendo inocentado. Episódios como esses, davam uma demonstração de que o autoritário imperador não tinha interesse que o povo brasileiro tivesse, realmente, uma ampla liberdade. Um ano após esse trágico acontecimento, o vaidoso imperador abandonou, fugiu do país deixando, de forma irresponsável, o trono nas mãos de seu filho, na época ainda menor de idade.
Assisti ao desfile de ontem, 7 de setembro, na Avenida Rio Branco, aqui em Afogados da Ingazeira, e pra minha felicidade não vi nenhuma alusão à figura do foragido imperador. Inúmeras instituições e personalidades da região foram, inteligentemente, referenciadas arrancando aplausos de todos os presentes. Façamos dessa data festiva um dia para refletirmos sobre nossa história, afinal já dizia certo estudioso: “quem não conhece a história poderá ser condenado por ela”.
Carlos Moura Gomes / Afogados da Ingazeira
Nenhum comentário:
Postar um comentário