Já enfrentamos e vencemos franceses, ingleses, holandeses em várias guerras defendendo nosso território, igualmente travamos muitas lutas internas contra ditadores que tentaram impor regimes feudais e tiranos. Só pra clarear a mente dos mais jovens em 1964 enfrentamos o Ato Institucional nº 1, o temível AI-1, que cassou mandatos, suspendeu direitos políticos, prendeu, etc.; combatemos o AI-2, que instituiu o bipartidarismo; lutamos contra o AI-3, que estabelecia eleições indiretas; depois condenamos o AI-4, que imponha uma nova e cruel Constituição dando amplos poderes ao General Ditador; em janeiro de 1968 veio o AI-5, que fechou o congresso e parecia ter sido o golpe fatal. Não foi... Em 1985 vencemos essa desigual guerra pela liberdade. Hoje vivemos num país livre e democrático.
No intervalo do jogo realizado nessa quarta-feira, 21.04, em que o Sport perdia para o Atlético Mineiro por dois a zero (2x0), um atleta leonino num gesto insensato declarou que naquele momento o jogo tinha acabado. Não podemos calar, nunca, mediante tamanha irresponsabilidade, tanto profissional como de caráter humano, além é claro, de ter desrespeitado a enorme torcida do clube da Praça da Bandeira. Pois, ainda faltavam disputar todo o segundo tempo da partida. O medroso, fraco, poltrão, sem energia jogador rubro-negro, além de demonstrar o desânimo dos pusilânimes ao desistir da luta no meio do caminho, mesmo teoricamente, passou aos outros companheiros uma das piores ações da humanidade: a covardia.
Porém, logo no dia seguinte, quinta-feira, 22.04, tivemos a satisfação e a felicidade de presenciar o Grupo Mulher Maravilha promover no Cine São José, encontro sobre os desaparecidos políticos. Gestos dessa natureza reaviva e fortalece nossos sentimentos de cidadão. Isso é atitude honrosa, louvável... Corajosa. Afinal, mesmo sendo essa luta bem mais complexa e profunda que uma partida de futebol, esses órgãos nunca deixaram de acreditar na vitória.
A sabedoria popular diz que “Mais valem as lágrimas de não ter vencido do que a vergonha de não ter lutado”.
Carlos Moura Gomes
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